Nos últimos anos, pessoas com orientações sexuais diferentes conquistaram mais espaço, voz e direitos na sociedade. Diante disso, profissionais de saúde também se prepararam para atender suas necessidades. Entre as diversas reconfigurações do corpo, está a mamoplastia masculinizadora.
Você já conhece esta cirurgia plástica? Sabe quando ela é indicada e como é feita? Então, neste post, nós vamos explicar tudo sobre o tema. Continue a leitura para saber mais.
Índice:
O que é a mamoplastia masculinizadora?
A mamoplastia ou mastectomia masculinizadora é uma cirurgia plástica que transforma o tórax feminino, comumente caracterizado pela presença de mamas, em um tórax com aparência masculina.
Esse tipo de procedimento é frequentemente procurado por homens trans, ou seja, pessoas que foram designadas como do sexo feminino ao nascer, mas que se identificam como masculinos ao longo da vida. O procedimento faz parte de sua transição de gênero.
Como é feita a mamoplastia masculinizadora?
Existem diversas técnicas que permitem a masculinização do tórax feminino. A escolha depende de vários fatores como o tamanho das mamas, a quantidade de excesso de pele, bem como outras características individuais.
No entanto, o objetivo principal desta cirurgia plástica é sempre o mesmo: remover o tecido mamário e criar um contorno torácico masculino. A seguir, explicaremos como funciona cada uma das principais técnicas da mamoplastia masculinizadora:
Mamoplastia masculinizadora subcutânea
A mastectomia subcutânea é uma técnica cirúrgica que envolve a remoção do tecido mamário, mantendo a maior parte da pele, a aréola e o mamilo intactos. É uma técnica comumente usada em homens trans com mamas menores e pele elástica (sem flacidez) que se adapta bem após a remoção do tecido mamário.
Para realizar o procedimento, o médico faz uma pequena incisão na parte inferior da aréola. Em alguns casos, pode ser necessário fazer uma incisão adicional na dobra mamária inferior.
Então, a partir desta incisão, o cirurgião remove cuidadosamente o tecido mamário, utilizando instrumentos cirúrgicos especializados. Em alguns casos, ele consegue usar o equipamento de lipoaspiração para extrair o tecido mamário, como acontece em pacientes com ginecomastia.
Após a remoção do tecido mamário, o cirurgião remodela o contorno do tórax para dar uma aparência mais plana e masculina. Finalmente, ele sutura as incisões. Drenos podem ser inseridos para ajudar a remover qualquer fluido ou sangue que possa se acumular no pós-operatório.
Vantagens da mastectomia subcutânea
Por utilizar incisões menores e geralmente localizadas na borda da aréola ou na dobra mamária, as cicatrizes tendem a ser menos visíveis. O mamilo e a aréola, por não terem sido desconectados e reposicionados, geralmente preservam sua sensibilidade.
Dentre todas as técnicas utilizadas nesta cirurgia, a mastectomia subcutânea é a menos invasiva. Por isso, a recuperação tende a ser mais rápida e menos dolorosa.
Desvantagens da mastectomia subcutânea
Embora tenha muitas vantagens, nem todos os indivíduos podem usar a técnica da mastectomia subcutânea. Afinal, se as mamas forem grandes ou se houver excesso de pele, ela se torna inviável.
Também não podemos negar que, algumas vezes, o cirurgião não consegue remover todo o tecido mamário durante o procedimento. Assim, o tórax pode ficar com um contorno irregular, gerando a necessidade de uma revisão.
Mamoplastia masculinizadora com Incisão Dupla
Esta técnica envolve duas incisões horizontais paralelas feitas no tórax, uma acima e outra abaixo do tecido mamário. Então, por meio dessas duas incisões, o cirurgião pode remover completamente o tecido mamário, bem como qualquer excesso de pele.
Ao iniciar o procedimento, o cirurgião faz duas incisões horizontais no tórax. A incisão superior é geralmente localizada ao longo da borda superior da aréola, enquanto a incisão inferior segue a curva da dobra mamária.
Em seguida, o cirurgião remove o tecido mamário, criando um espaço claro. Ele também retira o excesso de pele para que, ao realizar as suturas ao final, o tórax do paciente permaneça liso, com uma aparência bem masculina.
O próximo passo é o reposicionamento do mamilo e da aréola. Para isso, o cirurgião calcula uma localização anatomicamente correta para essas estruturas, sempre com o objetivo de deixar a aparência do tórax o mais natural possível.
Na etapa final, o cirurgião sutura as incisões e, mais uma vez, costuma colocar drenos para que o corpo consiga eliminar os fluidos ao longo dos dias seguintes ao procedimento.
Vantagens da mastectomia com incisão dupla
Diferentemente da técnica subcutânea, a mastectomia com incisão dupla permite a masculinização do tórax de pacientes com mamas de tamanho moderado a grande, ou mesmo com excesso de pele.
Além disso, como a retirada do tecido mamário ocorre com bisturi, e não por meio de sucção, esta técnica permite uma remoção completa. Como resultado, o contorno da região peitoral se torna clara, bem mais definida.
Desvantagens da mastectomia com incisão dupla
Devido às duas incisões paralelas, a mamoplastia masculinizadora tem como resultado cicatrizes mais visíveis, quando comparadas a outras técnicas. Porém, com o cuidado pós-operatório apropriado, elas tendem a apresentar uma coloração muito semelhante à da pele, tornando-se mais discretas.
Devido à remoção e mobilização de muitos tecidos, bem como a necessidade de reposicionar as aréolas, pode ocorrer uma perda de sensibilidade na área dos mamilos. O tempo de recuperação também pode ser mais longo.
Mastectomia com técnica periareolar
A técnica periareolar, também conhecida como circumareolar, é um método de mamoplastia masculinizadora que utiliza uma incisão ao redor da aréola.
É especialmente indicada para indivíduos com mamas de tamanho pequeno a moderado e pele com boa elasticidade, ou seja, sem flacidez. A variante periareolar estendida amplia a incisão para abordar casos específicos que necessitam de remoção adicional de tecido ou pele.
Na mastectomia periareolar, o médico faz duas incisões concêntricas ao redor da aréola. Elas formam uma figura geométrica semelhante a um Donuts (rosquinha). A primeira incisão interna circunda a aréola e a externa fica a uma curta distância.
Por meio desta incisão, o cirurgião retira todo o tecido mamário. Ele ainda remodela o contorno torácico para que a aparência do tórax adquira características tipicamente masculinas.
A última etapa é o fechamento da incisão. O cirurgião sutura a pele puxando as bordas da incisão para o centro.
Vantagens da técnica periareolar
De forma didática, é possível dizer que a técnica periareolar representa uma alternativa intermediária entre a mamoplastia subcutânea e a de incisão dupla. Afinal, ela permite alterar o tórax de pacientes com volume moderado nos seios e ainda gera uma cicatriz menos destacada.
Quando comparamos a técnica periareolar à de incisão dupla, as cicatrizes são, realmente, menos proeminentes. Por isso, quando o paciente cumpre os requisitos para a utilização desta técnica, os resultados costumam ser muito satisfatórios.
Ainda na técnica periareolar, os mamilos e a aréola continuam conectados aos seus tecidos subjacentes originais. Portanto, esta opção costuma preservar a sensibilidade da região.
Também não podemos nos esquecer da alteração no tamanho das aréolas. Em mulheres, esta região do bico do seio costuma ter um diâmetro maior. No tórax masculino, esta estrutura é menor.
Então, ao fazer a incisão interna da mamoplastia masculinizadora periareolar, o médico já reduz o tamanho da aréola, o que deixa a aparência final do tórax mais masculina.
Desvantagens da mastectomia periareolar
Assim como acontece na mastectomia subcutânea, o fato de o cirurgião não ter acesso completo à mama pode dificultar a retirada de todo o tecido mamário. Por isso, o paciente pode ter um contorno torácico irregular, o que exige procedimentos de correção.
Embora a mastectomia periareolar seja extremamente vantajosa, ela apresenta algumas limitações quanto ao tamanho e flacidez da mama do paciente. Seios pequenos e moderados podem ser alterados por meio desta técnica, mas ela não é apropriada para indivíduos com mamas grandes ou flácidas.
Em alguns casos, quando a mama não é suficientemente pequena para a mastectomia periareolar, mas também não é tão grande para uma mamoplastia masculinizadora de dupla incisão, o cirurgião pode recomendar a técnica periareolar estendida. Veja a seguir:
Mamoplastia masculinizadora periareolar estendida
A mamoplastia masculinizadora periareolar estendida é muito semelhante à periolar. Porém, além das incisões circulares em volta da aréola, o cirurgião faz uma extensão horizontal de cada lado da aréola.
Então, a partir desta extensão, o cirurgião consegue remover tecido mamário adicional e, em alguns casos, trechos de pele. Assim, existe um espaço de manobra maior para correção da extensão da pele, retirada de glândula mamária e remodelagem do tórax.
Ao final, o cirurgião sutura todos os tecidos e as incisões. As cicatrizes circundam a aréola e também formam pequenos traços horizontais de ambos os lados dos bicos dos seios.
Porém, esta ainda é uma cicatriz relativamente discreta que, com o cuidado adequado, se torna muito semelhante à pele ao redor. Além disso, geralmente esses pacientes utilizam hormônios que estimulam o crescimento de pelos em várias partes do corpo e no tórax, tornando-a ainda menos visível.
Existem riscos ao realizar a mastectomia?
Embora as complicações em cirurgias plásticas sejam raras, todo procedimento implica em alguns riscos. Não seria diferente quando se trata da mamoplastia masculinizadora.
O paciente precisa ter em mente o fato de que se trata de um procedimento definitivo. Portanto, ele deve estar plenamente convicto de sua decisão.
Além disso, a mamoplastia masculinizadora envolve a remoção de uma quantidade grande de tecidos. Os médicos retiram a glândula mamária, estroma e boa parte da gordura. Quanto maiores forem os seios, maior será também o trecho de pele que será retirado.
Esta remoção de uma grande quantidade de tecido exige muitas incisões e, consequentemente, ocorre o aumento do risco de complicações. Entre eles, podemos destacar a necrose do mamilo e da aréola.
Agora você já sabe o que é a mastectomia ou mamoplastia masculinizadora, suas indicações e técnicas mais utilizadas. Ficou com alguma dúvida? Deixe sua pergunta nos comentários e nossa equipe terá o prazer de responder.
A Master Health, há mais de duas décadas, alia conforto, segurança e zelo no tratamento de seus pacientes. Adepta do conceito de clínica vertical, a Master dispõe de quatro andares unicamente dispostos ao atendimento, favorecendo a privacidade de cada momento da cirurgia plástica ou tratamento realizado pelo paciente.
Diretora Técnica Dra. Elaine Favano – CRM 42085/SP
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