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A satisfação com o próprio corpo e com a aparência são importantes para o bem-estar e saúde mental. No entanto, esse estado de paz com o espelho é muito diferente da realidade enfrentada por quem sofre com a dismorfia corporal.

É até natural que, mesmo gostando de nós mesmos, tenhamos vontade de retocar um ou outro detalhe do rosto e do corpo. Afinal, o tempo deixa suas marcas e, por uma série de motivos, gostamos de melhorar a aparência.

Porém, para algumas pessoas, a insatisfação toma uma dimensão muito maior e completamente fora do normal. Não se trata apenas do desejo de mudar ou melhorar, mas de um transtorno psiquiátrico.

Entenda melhor este quadro e o que fazer para solucionar o problema.

O que é dismorfia corporal?

A dismorfia corporal é uma doença também conhecida como dismorfobia, transtorno dismórfico corporal ou síndrome da distorção da imagem. Atualmente, acredita-se que ela afeta entre 1 e 2% da população.

Como atualmente um grande número de pessoas têm uma grande preocupação com a aparência, nem sempre o diagnóstico da doença é considerado fácil.

No entanto, existe uma diferença entre a vaidade excessiva, a busca por uma aparência atraente e a boa forma, e o transtorno psiquiátrico.

Na dismorfobia, o paciente acredita (e até mesmo vê) defeitos físicos que, na realidade, não possui. Outras vezes, ele exacerba características de forma negativa, gerando uma visão distorcida de si mesmo.

Quem ouve a descrição que a pessoa apresenta de si mesma acredita que ela está delirando. Afinal, os problemas que o paciente enxerga são completamente diferentes da realidade.

Dessa forma, a pessoa com dismorfia corporal pode olhar para o espelho e ver-se como obesa, com braços imensos, ombros tortos, joelhos salientes ou mil outros defeitos que não correspondem à realidade.

Quais são os sintomas do transtorno dismórfico corporal?

Os sintomas do transtorno dismórfico corporal estão relacionados ao comportamento da pessoa. Portanto, é comum ela apresentar baixa autoestima e uma visão negativa de sua aparência.

Além disso, a pessoa demonstra preocupação excessiva com determinadas partes do corpo. Ela vê defeitos que não existem ou maximiza características mínimas, sentindo muita vergonha delas.

Diferentemente do que as pessoas pensam, os homens também podem sofrer com a dismorfia corporal. Geralmente, os sintomas que eles apresentam são ainda mais graves.

Entre os homens, existe uma preocupação grande com a perda de cabelo, com a constituição corporal e principalmente com os órgãos genitais. Porém, eles nem sempre expressam essa insatisfação e sofrem calados.

Pessoas com dismorfia corporal frequentemente têm uma relação complicada com o espelho. Ou elas evitam ver o próprio reflexo devido à insatisfação extrema com sua imagem ou passam muito tempo diante dele.

Nesse último caso, elas se olham com muita frequência não por admiração, mas para procurar e confirmar suas suspeitas a respeito de um defeito horrível. Portanto, trata-se de uma relação realmente doentia.

Depois de terem “certeza” de seus defeitos “horríveis”, as pessoas com dismorfia corporal passam a se esconder. Assim, elas primeiramente usam peças de roupa que disfarçam suas supostas imperfeições ou até mesmo escondem completamente o corpo.

No entanto, essa tentativa de se esconder evolui para outras formas de isolamento. Vamos falar disso no próximo tópico, que trata das consequências da dismorfia corporal.

Quais são as consequências da dismorfobia?

Como se a insatisfação com a própria aparência não fosse insuficiente, a doença ainda traz componentes obsessivos para a vida do paciente. Então, como já mencionamos, a pessoa passa a inspecionar-se muitas vezes.

Essa obsessão estende-se ainda a outros comportamentos de exagero em cuidados estéticos, por exemplo. Quando tem essa possibilidade, o paciente se submete a inúmeros procedimentos e muitas vezes repete esses tratamentos para corrigir o mesmo problema.

Ou seja, trata-se de um círculo vicioso infinito. A pessoa vê o defeito que não existe, conserta esse defeito por meio de procedimentos, mas não consegue ver o resultado, porque o problema está em sua percepção.

Assim, a pessoa repete o mesmo procedimento ou sai em busca de outras alternativas, mas nunca enxerga o resultado desses tratamentos. Isso acontece porque ela procura uma solução externa para um problema interno. Portanto, nunca fica em paz com o próprio corpo.

Ao não conseguir solucionar seu problema estético imaginário, o paciente tende a se isolar. Deixa de comparecer a compromissos sociais e pode ter prejuízos no campo afetivo, profissional e acadêmico.

Como resultado, outros transtornos se desenvolvem em decorrência do primeiro. É comum os pacientes (cerca de 90%) apresentarem depressão e praticamente a metade abusa de bebidas alcoólicas.

O sentimento de insatisfação traz prejuízo a todas as áreas da vida. Então, a pessoa tem dificuldade para se concentrar em tarefas normais do dia a dia.

Existem pessoas que, em um extremo da doença, seguram a vontade de ir ao banheiro por horas para não passarem diante do espelho. Outros evitam tirar a roupa para não tocarem no próprio corpo.

Porém, como nem todos os casos chegam a esse ponto, muitos passam desapercebidos. Seu círculo de amigos acreditam em uma vaidade exagerada ou em uma baixa autoestima, mas não entendem a gravidade do transtorno.

Como a dismorfia corporal leva o paciente à clínica de cirurgia plástica?

A pessoa com dismorfia corporal nem imagina que possui um transtorno psiquiátrico. Assim, para ela, seus problemas são estéticos ou dermatológicos ― uma feiúra imaginária.

Portanto, é muito raro essas pessoas procurarem um psiquiatra para o diagnóstico, pelo menos em um primeiro momento. Como elas querem consertar o corpo ou o rosto, elas vão ao dermatologista ou cirurgião plástico.

Então, esses geralmente são os primeiros profissionais que percebem indícios de um quadro psiquiátrico. Afinal, eles avaliam o paciente e notam que o defeito que ele gostaria de consertar, na verdade, não existe.

Os cirurgiões plásticos, como profissionais preparados, sabem que o caminho para solucionar os problemas desse paciente não é a realização de procedimentos estéticos.

Isso acontece porque, além de não haver uma justificativa real para aquela insatisfação, a pessoa não se sentirá bem com o próprio corpo após o procedimento.

O problema de quem sofre com a dismorfia corporal está em seus pensamentos. Portanto, mesmo que o exterior seja corrigido, o interior continuará enxergando um defeito ali ou transferindo essa angustia para outra região do corpo.

Por isso, diante de um possível transtorno dismórfico corporal, o cirurgião acolhe o paciente, mas o encaminha a outros profissionais competentes para obtenção do diagnóstico e realização do tratamento.

O que causa a dismorfia corporal?

A maioria dos transtornos mentais possuem causas multifatoriais. Portanto, existem fatores genéticos, neurológicos e ambientais relacionados ao surgimento da doença.

Muitas vezes, esses fatores não se manifestam até que aconteça um gatilho. Em diversos pacientes, esse gatilho é o bullying, um histórico de abuso sexual ou a exposição continuada a padrões sociais e culturais inatingíveis.

Como tratar a dismorfia corporal?

É válido destacar que, embora os defeitos sejam imaginários, o sofrimento que essa distorção de imagem causa é real. Assim, a pessoa precisa de acolhimento e tratamento. De nada adianta dizer que isso “é coisa da sua cabeça” sem o apoio profissional para superar o problema.

Depois do diagnóstico feito por um psiquiatra, o paciente geralmente precisa conciliar duas linhas de tratamento: os medicamentos e a psicoterapia.

A terapia cognitivo-comportamental costuma ser a mais recomendada para pacientes com dismorfia corporal. Portanto, o papel desse tratamento é mostrar como mudar a forma de processar e interpretar as situações que causam sofrimento.

Entre os medicamentos mais utilizados no tratamento, estão os antidepressivos e os ansiolíticos. Eles ajudam a amenizar o componente obsessivo do transtorno.

Por que é importante tratarmos deste assunto? Porque é um tema sério, um transtorno que, se não for devidamente tratado, traz um alto impacto à vida do paciente e pode causar depressão, psicose e até mesmo levar ao suicídio.

Então, se em uma consulta ao cirurgião plástico ou ao dermatologista eles indicarem que é importante realizar uma avaliação com o psiquiatra ou psicólogo, vale a pena ouvir os profissionais.

O papel do médico é ajudar o paciente a solucionar seus problemas, cuidando de sua saúde e bem-estar. Nem sempre essa ajuda é um procedimento estético, e sim a indicação de um tratamento para resolver questões muito mais profundas.

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A Master Health, há mais de duas décadas, alia conforto, segurança e zelo no tratamento de seus pacientes. Adepta do conceito de clínica vertical, a Master dispõe de quatro andares unicamente dispostos ao atendimento, favorecendo a privacidade de cada momento da cirurgia plástica ou tratamento realizado pelo paciente.
Diretora Técnica Dra. Elaine Favano – CRM 42085/SP

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