O processo de cicatrização é algo natural do corpo humano para reparar os tecidos lesados, seja por ferimentos, cirurgias ou traumas. Para isso, o organismo desencadeia uma série de reações que levam à produção de fibras de colágeno na região afetada.
Porém, este processo não ocorre rapidamente ou de uma vez só. Mesmo que você veja uma incisão ou ferida recente completamente fechada, estão ocorrendo ali inúmeras alterações biológicas que podem levar até 2 anos para atingir o resultado final.
Como falamos, este processo envolve a produção de fibras de colágeno. Em alguns casos, essa produção ocorre normalmente, gerando um tecido cicatricial alinhado, muito semelhante à pele em seu entorno. Felizmente, isso é o que ocorre na maioria das vezes.
No entanto, em outros pacientes, esta produção ocorre de forma desordenada, gerando uma cicatriz inestética, ou seja, de aparência desagradável. Por isso, é fundamental que o paciente fique atento em cada etapa da cicatrização. Afinal, existem procedimentos médicos que podem reverter este resultado, desde que realizados precocemente.
Então, que tal começar hoje a entender melhor o processo de cicatrização, quais são as etapas de regeneração dos tecidos, o que esperar em cada uma delas e as complicações que podem ocorrer? Continue a leitura para saber mais!
Índice:
Quais são as fases do processo de cicatrização?
Após qualquer ferimento, lesão ou incisão, seu corpo desencadeia uma série de reações com o objetivo de reconstituir os tecidos afetados. Isso ocorre tanto quando você sofre um arranhão quanto em uma queimadura ou cirurgia.
Você perceberá, a seguir, que as primeiras etapas do processo de cicatrização são rápidas. Afinal, o organismo dispara uma espécie de alarme de emergência e precisa fechar rapidamente a lesão para evitar tanto os sangramentos quanto as infecções.
Diferentemente das primeiras etapas, a última é bastante lenta. Isso acontece porque o organismo entende que já combateu a principal ameaça. Então, ele promoverá uma maturação dos tecidos, mas de forma minuciosa e gradual, para refinar o resultado.
Quer estender, de uma vez por todas, que fases são essas? Veja a seguir:
Homeostase: primeira etapa do processo de cicatrização
A homeostase é a primeira etapa do processo de cicatrização. Ela começa a ocorrer assim que o organismo sofre a lesão e tem como principal objetivo parar o sangramento e impedir a entrada de invasores, fechando o ferimento.
Você já viu isso acontecendo inúmeras vezes. Ao cortar seu dedo com uma faca, por exemplo, o ferimento começa a sangrar. Imediatamente, o corpo faz com que substâncias cheguem ao local para aglutinar várias células, transformando-as em uma barreira que impede a entrada de bactérias, vírus e outros micro-organismos.
É por isso que, em poucos minutos, o ferimento para de sangrar sozinho, você não precisa mais conter o sangue com um papel ou tecido. A barreira está formada e, ao longo dos dias, ela se ressecará, formando uma casca.
Porém, a homeostase compreende apenas esta primeira etapa. No aspecto visível, seu maior sinal é o fim do sangramento. Internamente, existem muitos outros processos ocorrendo para promover a regeneração dos tecidos.
Inflamação: segunda etapa da cicatrização
A fase inflamatória do processo de cicatrização começa alguns minutos após a lesão e pode se estender até 4 dias. Para ferimentos simples, que envolvem poucas camadas da pele e que ocorram em pessoas com uma boa saúde, ela costuma ser ainda mais rápida.
Na etapa inflamatória, o organismo aciona o sistema de defesa para destruir micro-organismos que eventualmente possam ter entrado através da lesão. Portanto, o principal objetivo é impedir o desenvolvimento de infecções.
Ainda nesta etapa, as células de defesa limpam os tecidos, eliminando células que foram irreversivelmente lesadas. Todos os mecanismos do corpo trabalham em conjunto para reconstituir os tecidos, formar novas células e restaurar o equilíbrio da região.
O esforço do organismo é tão grande que ele altera seu sistema de funcionamento para que determinadas substâncias cheguem rapidamente ao local da lesão. Para isso, ele permite que substâncias e células passem facilmente de dentro das veias para os tecidos.
Nesses primeiros dias, você sentirá mais dor, o local fica avermelhado e pode, inclusive, apresentar um pouco de aquecimento. Preste atenção às recomendações do seu médico para entender o que é normal ou reconhecer quais são os sinais que indicam que você deve buscar ajuda.
Proliferação: terceira etapa do processo de cicatrização
A terceira etapa do processo de cicatrização é um pouco mais longa e pode durar cerca de 25 dias. O organismo já está menos estressado, pois conseguiu controlar uma emergência. Por outro lado, os processos que acontecem a partir de agora são mais minuciosos.
Afinal, na fase proliferativa, o organismo precisa regenerar um tecido, ou seja, criar novas células que, unidas, fecharão a lesão de forma permanente. Neste momento, ele aumenta a produção de uma fibra muito conhecida — o colágeno.
Assim, em um ritmo menos acentuado que o das fases anteriores, o organismo começa a formar novas células, novos vasos sanguíneos, toda a rede linfática e outras estruturas que foram lesadas no momento do trauma (ou incisão).
Falando da cicatriz da cirurgia plástica, é nesta etapa que a incisão se fecha. Se tudo ocorrer dentro da normalidade, já não existe uma porta aberta para a entrada de bactérias que possam causar infecções. Os hematomas também desaparecem.
Vale a pena destacar que, embora a incisão já esteja fechada, ela não chegou à sua coloração final. Por isso, ela tende a ser mais avermelhada, o que mudará ao longo da fase de maturação.
Maturação: última etapa da cicatrização
A maturação da cicatriz é a última etapa do processo de cicatrização e sua duração pode variar entre 18 e 24 meses. O organismo já fechou a lesão, as cascas caíram e ele pode, finalmente, melhorar a qualidade, textura, coloração e força do novo tecido.
Portanto, na fase de maturação, o corpo reorganiza as fibras de colágeno. Elas assumem uma configuração muito semelhante à dos tecidos à sua volta, o que torna sua coloração, textura e firmeza quase iguais.
Ao longo deste processo, a cicatriz ainda muda de cor algumas vezes. Em alguns momentos, ela pode ter uma pigmentação amarronzada. Porém, quando todas as etapas chegam ao seu final sem intercorrências ou complicações, a cicatriz se torna fina e discreta, no mesmo nível da pele e pouco perceptível.
O processo de cicatrização pode dar errado?
Embora esta não seja a situação mais comum, realmente podem ocorrer complicações no processo de cicatrização. Em algumas pessoas, por exemplo, a ferida ou incisão demora para fechar. Em outras, no entanto, o problema é a formação de uma cicatriz inestética, feia, que pode até mesmo ultrapassar as bordas e avançar sobre outros tecidos.
Isso pode ocorrer por vários motivos. O principal é a tendência à formação de queloides, que acontece devido a uma predisposição genética. Outras vezes, o local do ferimento ou incisão é mais propício a esse tipo de complicação, como a região anterior do tórax, ombro, costas e lóbulos de orelha.
Cortes em formatos curvos ou em áreas que sofrem muita tensão também podem ter um processo de cicatrização mais complexo. Afinal, esses fatores tendem a afastar as bordas da incisão, alargando a cicatriz e piorando sua qualidade.
Finalmente, os cuidados dos pacientes também influenciam no processo de cicatrização. Afinal, para ter uma cicatriz de qualidade, é fundamental promover a estabilidade da área operada, evitar esforços que abram os pontos ou infeccionem as feridas.
Entre as cicatrizes inestéticas, as mais comuns são:
- Cicatriz hipertrófica: não ultrapassa os limites da ferida inicial, mas apresenta uma elevação e é causada pela produção desordenada de colágeno. Não é hereditária.
- Quelóide: também apresenta elevação, mas ultrapassa os limites da ferida inicial. Seu surgimento está relacionado a tendências hereditárias.
- Cicatriz retraída: por apresentar uma tensão, ela repuxa os tecidos de onde se localiza, restringindo movimentos normais da área.
Vale a pena destacar que, embora uma pessoa possa apresentar cicatriz hipertrófica ou retraída, essas ocorrências são incomuns. Caso você saiba de sua tendência a queloides, informe ao médico para que, ao acompanhar sua cicatrização, ele prescreva medicamentos ou procedimentos para inibir este processo assim que houverem os primeiros sinais de uma cicatrização irregular.
Cirurgia plástica que melhora a aparência da cicatriz
Muitos pacientes revelam que sentem um grande desconforto estético devido a processos complicados de cicatrização que tiveram no passado, gerando marcas inestéticas, das quais eles se envergonham e tentam esconder de diversas formas.
Diversas dessas cicatrizes não surgiram devido à realização de cirurgias plásticas, e sim de outros procedimentos como cirurgias cardíacas, partos, retirada de tumores, mastectomias, reconstruções após traumas etc.
Para esses pacientes, a cirurgia plástica de correção de cicatrizes pode ser uma solução para melhorar e minimizar o aspecto das áreas afetadas. Inclusive, em muitos casos, existe a possibilidade de combiná-las a outros procedimentos.
Um exemplo é o que ocorre após o parto. Quantas mamães sentem-se incomodadas com a cicatriz decorrente da cesariana e também com o excesso de pele na barriga? Neste caso, ela consegue resolver os dois problemas realizando uma abdominoplastia com correção da cicatriz.
Quando se trata de correção da cicatriz, o resultado do procedimento depende de variáveis como o tamanho, a direção, a idade, o tipo e a cor da pele do paciente. Converse bastante com seu cirurgião para ter expectativas realistas antes de tomar sua decisão.
Quer saber mais sobre a cicatriz referente ao procedimento que você deseja fazer? Diga qual é nos comentários e nós indicaremos um post com a sua resposta!
A Master Health, há mais de duas décadas, alia conforto, segurança e zelo no tratamento de seus pacientes. Adepta do conceito de clínica vertical, a Master dispõe de quatro andares unicamente dispostos ao atendimento, favorecendo a privacidade de cada momento da cirurgia plástica ou tratamento realizado pelo paciente.
Diretora Técnica Dra. Elaine Favano – CRM 42085/SP
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