Prótese anatômica: quando é indicada?

Você já ouviu falar da prótese anatômica e acha que, por imitar a forma natural da mama, ela deve ser a melhor escolha? Muitas pessoas pensam assim, mas a verdade é que os fatos a respeito deste assunto podem surpreender você.

Embora a prótese anatômica ofereça um formato natural e discreto, ela não é indicada para todas as situações, especialmente em cirurgias estéticas. Em um primeiro momento, isso pode causar até uma certa confusão. Aliás, o que nós geralmente queremos é um resultado natural, não é mesmo?

Porém, neste artigo, você vai entender por que a resposta é não! Vamos explorar as características, vantagens e indicações dessa prótese, ajudando você a entender se essa é realmente a melhor opção para alcançar seus objetivos estéticos. Continue lendo para descobrir tudo sobre a prótese anatômica e tomar uma decisão consciente.

Características da prótese anatômica

A prótese anatômica, também chamada de prótese em formato de gota, possui um design que imita o contorno natural da mama. Sua forma apresenta uma base mais larga, que se estreita gradualmente até a parte superior, proporcionando um aspecto mais natural em comparação com as próteses redondas.

Esse formato visa replicar a forma do seio natural. Portanto, a prótese anatômica tem mais volume na parte inferior e uma transição suave para a parte superior. Realmente, a gota pode representá-la muito bem, mas também existem algumas pessoas que falam da forma de uma lágrima, o que faz com que ela também receba o nome de “tear drop”.

Assim como a maioria dos outros implantes mamários, este tipo de prótese contém gel de silicone coesivo, que mantém sua forma e oferece uma sensação mais natural ao toque. O silicone utilizado é altamente resistente e seguro, minimizando o risco de ruptura.

Além disso, a textura da superfície do implante pode variar entre lisa e texturizada, com a última ajudando a manter a prótese no lugar e reduzindo o risco de deslocamento, contratura capsular e rejeição da prótese.

O erro ocorre quando as pessoas pensam que, por ter o formato natural da mama, a prótese anatômica é a melhor opção, a ideal para aumentar os seios. Porém, não é isso que acontece e você vai entender o porquê nos próximos tópicos.

Indicação da prótese em forma de gota

A escolha pela prótese anatômica geralmente ocorre em cirurgias de reconstrução mamária, especialmente em pacientes que passaram por mastectomia. Portanto, seu formato natural é ideal para recriar a mama, proporcionando simetria e uma aparência mais realista.

No entanto, a prótese anatômica não é a melhor escolha para todos os tipos de cirurgia. Afinal, diferentemente das próteses redondas, que fornecem um aumento volumétrico mais uniforme, a prótese anatômica é indicada para situações onde o silicone substitui o volume da mama, e não simplesmente a aumenta.

Basta você pensar em seu seio, por exemplo. Hoje, talvez ele seja pequeno, mas tem o formato natural: base mais volumosa e larga, parte superior com menos volume. Se nós adicionarmos mais volume apenas à parte de baixo, o resultado ficaria desproporcional, com uma mama grande embaixo e quase inexistente em cima, entende?

Por isso, nas cirurgias estéticas, quando o objetivo é simplesmente aumentar o volume do seio, o formato de prótese mais adequado é o redondo. A prótese anatômica tem sua aplicação mais restrita a casos específicos de reconstrução. Compreender as características únicas dessa prótese ajuda a avaliar se ela é adequada para suas necessidades e expectativas.

Procedimento para colocação da prótese anatômica

A colocação da prótese anatômica é um procedimento cirúrgico detalhado e minucioso. Por segurança, a melhor opção para realizá-lo é em hospitais. Embora as etapas básicas sejam semelhantes às da colocação de outras próteses mamárias, algumas particularidades são importantes de destacar, especialmente quando se trata de reconstrução de mamas após mastectomia.

Consulta inicial e planejamento

O processo começa com uma consulta inicial com o cirurgião plástico. Durante essa consulta, o médico avalia a saúde geral da paciente, discute seus objetivos e expectativas, e determina se a prótese anatômica é a melhor opção.

O cirurgião também explica os detalhes do procedimento, os riscos envolvidos e o período de recuperação. Então, com base nas medidas e no formato do corpo da paciente, o cirurgião recomenda o tamanho e o tipo de prótese mais adequado.

Vale a pena destacar que, por lei, a mulher tem o direito de colocar silicone logo após a mastectomia. No entanto, esta paciente está enfrentando um tratamento de câncer, que pode dificultar a cicatrização da mama, gerando mais um problema em um momento tão delicado da vida.

Por isso, o tempo desta cirurgia, seja logo após a mastectomia ou em uma etapa posterior do tratamento, deve ser alvo de uma discussão com o médico. Para esta decisão, ele levará em conta fatores físicos, efeitos da quimioterapia sobre o organismo e cicatrização, bem como o impacto psicológico de cada possível decisão.

Preparação para a cirurgia

Antes da cirurgia, a paciente deve tomar uma série de cuidados. Suspender o uso de cigarros, caso fume, não beber e realizar exames pré-operatórios são algumas dessas exigências. No entanto, além disso, ela precisa de orientação médica quanto ao uso de medicamentos.

Diversos remédios podem impactar no resultado de uma cirurgia plástica ou até mesmo colocar a paciente em risco devido à possibilidade da ocorrência de hemorragias. Portanto, a paciente precisa que os médicos envolvidos — tanto o cirurgião plástico quanto o mastologista ou oncologista — cheguem a um consenso quanto aos medicamentos que ela deve reduzir ou suprimir, e por quantos dias.

No dia da cirurgia, a paciente chega ao hospital ou clínica e é preparada para o procedimento. A equipe médica realiza uma série de preparativos, incluindo a marcação das áreas onde as incisões serão feitas. Então, a paciente recebe anestesia geral, garantindo que permaneça confortável e sem dor durante a reconstrução mamária.

Incisões

O cirurgião faz incisões estratégicas para inserir a prótese. A opções mais comum é a incisão inframamária, ou seja, na dobra sob o seio. Porém, esta escolha depende de vários fatores, incluindo o fato de que a paciente pode ter retirado uma quantidade maior ou menor de tecido mamário, conforme as necessidades apresentadas durante o tratamento.

Criação da loja

Após fazer as incisões, o cirurgião abre um espaço na região peitoral para acomodar a prótese. O médico pode fazer este bolsão, que tecnicamente recebe o nome de loja, em diferentes locais, chamados de planos:

• atrás do músculo peitoral, ou seja, no plano submuscular;
• entre o músculo e o tecido mamário, no plano subglandular;
• entre o músculo e a fáscia, no plano subfascial.

A localização escolhida depende de vários fatores. O cirurgião pode considerar aspectos como a espessura da pele e do tecido mamário, a preferência da paciente, o resultado estético desejado e ainda a prevenção de processos de contratura capsular e rejeição da prótese.

Inserção da prótese

O cirurgião insere a prótese anatômica no bolsão utilizando técnicas que favorecem o melhor resultado possível. Afinal, o implante precisa ficar na posição correta para que os seios tenham uma aparência simétrica, que seu ponto de maior projeção esteja alinhado à aréola, e assim por diante. Esse cuidado é responsável por um resultado natural.

A forma da prótese anatômica requer um cuidado extra para evitar que ela gire ou se desloque, o que deixaria o peito deformado, comprometendo completamente o resultado estético. Portanto, a atenção aos detalhes durante esta etapa é fundamental.

Fechamento das incisões

Depois de posicionar a prótese, o cirurgião fecha as incisões. Atualmente, além das suturas, os médicos contam com adesivos cutâneos e fitas cirúrgicas. Então, ele escolhe a técnica de fechamento ou a combinação de técnicas mais adequada àquela paciente, visando minimizar cicatrizes e promover uma boa recuperação.

Pós-operatório da reconstrução mamária

Após a cirurgia plástica, a paciente tem todo um período para sua recuperação. A atenção e o cuidado nesse momento são tão determinantes de um bom resultado quanto o próprio procedimento. Afinal, o comportamento da paciente pode tanto favorecer e acelerar este processo quanto gerar complicações.

Pós-operatório imediato

Após o término da cirurgia, a paciente permanece em uma sala de recuperação onde a equipe médica monitora seus sinais vitais enquanto ela acorda da anestesia. O médico aplica curativos sobre as incisões para proteger a área e prevenir infecções.

Em muitos casos, o cirurgião coloca drenos temporários para ajudar a remover o excesso de fluido e reduzir o inchaço. Ele geralmente remove esses drenos alguns dias após a cirurgia, em uma consulta normal de acompanhamento da paciente.

Considerações especiais em relação à reconstrução mamária

Em casos de reconstrução mamária após mastectomia, algumas etapas podem variar. Por exemplo, a criação do bolsão pode envolver a reconstrução do tecido mamário utilizando técnicas como o uso de expansores de tecido ou retalhos musculares.

Além disso, a reconstrução pode ocorrer em etapas, com uma cirurgia inicial para colocar um expansor de tecido, visitas periódicas ao médico para aumento do volume do expansor com a finalização deste processo na data da colocação da prótese definitiva em uma segunda cirurgia.

Cuidados pós-operatórios

O médico fornece instruções detalhadas sobre os cuidados pós-operatórios, incluindo a necessidade de usar um sutiã cirúrgico, evitar atividades físicas intensas e cuidar das incisões. A paciente deve seguir todas as recomendações do cirurgião para garantir uma recuperação tranquila e resultados satisfatórios.

Outros formatos de próteses

Se você felizmente não precisa de uma reconstrução mamária, a escolha mais comum costuma ser o implante de silicone redondo. Trata-se de um modelo de ampla utilização em cirurgias estéticas de aumento dos seios, mastopexia ou mesmo mamoplastia redutora com prótese.

A prótese de silicone redonda oferece um volume uniforme, tanto na parte superior quanto inferior dos seios, proporcionando um decote mais cheio e atraente. Além disso, a prótese redonda tem menos risco de rotação dentro do bolso cirúrgico, garantindo resultados consistentes.

Até pouco tempo atrás, a prótese de silicone cônica também era uma opção bastante comum, especialmente para mulheres com o tronco estreito. No entanto, atualmente, este formato tem sido substituído com alguma vantagem pelo implante redondo de perfil alto ou superalto.

Quer saber mais sobre o formato de prótese mais utilizado em cirurgias estéticas? Continue aqui no blog e saiba tudo sobre a prótese de silicone redonda!